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SOBRE MIGUEL FREIRE

        Miguel Freire nasceu em Teresina – Piauí onde passou sua infância até os onze anos de idade, quando mudou-se para Goiânia, capital de Goiás. Aos 20 anos, começou seus estudos em cinema no Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília, com Jean-Claude Bernardet, Mourice Capovilla, Hemano Penna e Fernando Duarte, de quem foi também assistente de fotografia. Com Fernando Duarte e Heinz Förthman, dividiu a primeira direção de fotografia em “Vestibular 70”, um documentário em preto e branco dirigido por Vladimir Carvalho.

        Com o fechamento do curso de cinema da UnB, foi transferido para a Universidade Federal Fluminense e matriculado no Instituto de Artes e Comunicação Social, onde os estudos de cinema eram liderados por Nelson Pereira dos Santos. Em Niterói foi aluno de Mario Carneiro e seu assistente de fotografia no longa-metragem “Sagarana o Duelo”, dirigido por Paulo Thiago. Em 1974 formou-se em Comunicação Social realizando seu primeiro curta metragem como diretor: “Escola de Comunicação”, rodado em 16mm e em preto e branco. Em seguida foi convidado para dar aulas de fotografia cinematográfica no IACS/UFF, sendo mais tarde excluído do quadro de professores por motivos políticos.

        Como diretor de fotografia, trabalhou principalmente nos longas metragens de Pedro Jorge de Castro, assinando também a fotografia da maioria de seus curtas. Miguel Freire é responsável por mais de uma dezena de fotografias em curtas de outros diretores, categoria na qual ganhou alguns prêmios entre os quais: Troféu Heinz Förthman - Melhor Fotografia no Iº Festival do Filme Brasiliense, com o filme “Papuan”, que também tem a sua direção e Troféu Pinhão - Melhor Direção de Fotografia no VIº Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba, com o filme “O Último dia de Sol” dirigido por Nirton Venâncio. Seu trabalho mais recente em fotografia de curta-metragem foi em “Mario Fontenelle a Oração Silenciosa” de Pedro Jorge de Castro, sobre o fotógrafo piauiense que documentou a construção de Brasília nos tempos de JK.

      Consta também de suas experiências cinematográficas a realização de “Corpo em Delito” como Produtor Executivo. O longa-metragem foi dirigido por Nuno César Abreu, tendo Lima Duarte e Regina Dourado nos papéis principais. “Corpo em Delito” foi o grande vencedor do IIIº Festival de Cinema de Natal, recebendo nada menos que seis prêmios: Melhor ator para Lima Duarte, Melhor Direção (prêmio do Juri), Melhor Direção (prêmio da crítica), Melhor Cenografia, Melhor Roteiro e o prêmio principal: troféu Estrela do Mar para o Melhor Filme.

       Nas atividades de classe, Miguel Freire figura como membro fundador da Associação Brasileira de Documentaristas do Distrito Federal– ABD-DF, Sócio-fundador e Diretor da primeira diretoria do Centro de Produção Cinematográfica do Brasília – CEPROCINE/DF, Conselheiro, por diversas gestões, do Conselho Consultivo do Parque Nacional da Serra dos Órgãos – PARNASO/Ibama e do Conselho Municipal de Cultura de Teresópolis. Em 2019 assume a Cadeira nº 11, Patrono Manuel Antônio de Almeida, da Academia Teresopolitana de Letras e em 2022 ingressa como membro titular fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Teresópolis, ocupando a cadeira nº 22, Patrono José Henriques Nobile.

        Na área da administração publica, Miguel Freire exerceu diversos cargos em organismos do Ministério da Cultura. A partir de 1986 atuou como Assessor de Comunicação Social do Museu Nacional de Belas Artes; Assessor de Comunicação Social da Delegacia Regional do Ministério da Cultura no Rio de Janeiro; Assessor da Presidência do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico - SPHAN/MinC; Assessor do secretário-adjunto da Secretaria de Cultura da Presidência da República; Coordenador Nacional do Audiovisual (presidência do CONCINE) da Secretaria de Cultura da Presidência da República, quando trabalhou na recomposição das políticas públicas e da legislação de fomento às atividades cinematográficas na gestão do Ministro Sérgio Paulo Rouanet; Assessor da Presidência da Fundação Cultural Palmares e por último, Delegado substituto da Delegacia Regional do Ministério da Cultura no Rio de janeiro.

        Depois de retomar, por anistia, suas funções como professor da Universidade Federal Fluminense, assumiu a chefia do Departamento de Comunicação Social em 2002 e participou da criação do novo Departamento de Estudos Culturais e do Curso de Estudos de Mídia. Com a volta ao magistério, Miguel Freire reiniciou também seus estudos, concluindo: o mestrado em comunicação na UFF, em 2006, defendendo a dissertação “Uma luz brasileira: a contribuição de Mario Carneiro”, na qual estuda aspectos fundadores da imagética fotográfica do cinema novo, orientado pela historiadora professora Marialva Barbosa, e o doutorado em comunicação na UFF, em 2011, defendendo a tese “Imagética germânica na construção do olhar fotográfico nos tempos do Estado Novo”, na qual discute a fotogenia do Governo Vargas, na época do DIP e de Gustavo Capanema, sob orientação do pesquisador professor João Luiz Vieira. Se aposentou como Professor Titular na Universidade Federal Fluminense em dezembro de 2022.

        Como autor publicou os livros Fotografia Getuliana – A imagética germânica na construção do olhar fotográfico nos tempos do Estado novo (2016) e O Criador de Imagens – A luz brasileira de Mario Carneiro (2018). Apresentou textos acadêmicos constantes em anais de diversos congressos da área de comunicação, arte e cultura, entre os quais CONCINE e INTERCOM e publicou em revistas especializadas como ALCEU – Revista de Comunicação, Cultura e Política – PUC/Rio e Revista Brasileira de Ciências da Comunicação – INTERCOM. Assina capítulo do livro Missão Cruz uma Trajetória para o Futuro e a autoria do livro Para Henrique Morize Olhar é Narrar – volume 7 da Coleção Ciências na Missão Cruls. Autor do Capítulo 3 – A Alvorada de Mario Fontenelle: “Biografema” de Brasília, do Livro Cinematografia, Expressão e Pensamento – Vol 2.

        Como diretor de curtas, continua realizando documentários que, nos últimos anos, se aproximaram de três temas centrais: ecologia, estudos da imagética no cinema brasileiro e de diretores do cinema novo. Seu curta “Criador de Imagens”, sobre o fotógrafo Mario Carneiro, conquistou dois prêmios no 40º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro: troféu Candango - Menção Especial da Crítica e troféu Candango – prêmio Marco Antônio Guimarães, conferido pelo Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro.

Com ATAFONA por quê? Fecha a trilogia que engloba “Rio Paquequer fotografias” e “Paquequer que te quero vivo", abordando as águas do rio Paquequer que nasce na Serra dos Órgãos em Teresópolis e deságua no Paraíba do Sul para encontrar o oceano em sua foz no pontal de Atafona.

        Seu curta “Grandes Batalhas”, é um documentário em 35mm, sobre a restauração de duas gigantescas pinturas de Pedro Américo e Victor Meirelles no Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. O filme tem a direção de fotografia e depoimento de seu mestre Mario Carneiro.

        No curta “Teatro Popular do Oscar” mostra uma belíssima obra do mais importante arquiteto do século XX, no Caminho Niemeyer em Niterói. As imagens, feitas em câmera na mão estão em contínuo travelling e são comentados por frases de Oscar Niemeyer em um discurso sampleado da internet.

        Com “doc. Santeiro” estreou como diretor de longa metragem. O documentário fala do cinema cultural brasileiro de produção independente através da trajetória do cineasta Sergio Santeiro.

        Em “O Primeiro Saraceni” filme de média metragem, recupera memórias do diretor Paulo Cesar Saraceni em seu longa metragem de estreia: Porto das Caixas.

        No projeto de pesquisa que desenvolve sobre Nelson Pereira dos Santos, realizou mais de 10 entrevistas com cineastas, críticos, diretores de fotografia, professores, atores e produtores cinematográfico.

        Até o momento, já foram concluídos sete curtas metragens: “Cineasta é aquele que filma” com entrevista do crítico Jean Claude Bernadet, “A verdade ou a lenda?” com entrevista do Professor Antonio Carlos Amancio (Tunico Amancio), “Fazer Cinema não é mole não” com entrevista do Cineasta Luiz Carlos Lacerda, “Sangue, Suor e Lagrimas” com entrevista do Professor José Marinho, “Cerrado, Sertão molhado” com entrevista do Professor Vladimir Carvalho, “Dois olhares sobre Nelson” com entrevista do Cineasta Jorge Bodanzky e do Fotógrafo Luis Humberto, “Enigma, o cinema de hoje” com entrevista da Cineasta Tizuka Yamasaki, além do longa metragem: “ Barreto, fotógrafo das lentes nuas” com entrevista do Produtor Cinematográfico Luiz Carlos Barreto.

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