Durante a Ditadura Militar, o frio médico legista Dr. Athos Brasil (Lima Duarte) trabalhou para o governo autoritário, falsificando laudos para esconder as vitimas da repressão do regime. Ele se apaixona por Tana Divino (Regina Dourado), uma sensual e ambiciosa mulher que trabalha dublando cantoras em uma casa noturna. Após se aposentar, ele se muda para uma casa de praia, mas acaba sendo atormentado pelos fantasmas de seu passado. Dentre eles, o da própria filha, uma militante clandestina procurada pelos militares.

           Carlos Reichenbach (crítico e cineasta) comenta na coluna Cinema/Crítica especial para Folha de São Paulo que: “a primeira coisa que chama a atenção em Corpo em Delito é a audácia me remexer temas traumáticos de nossa história recente. Corpo em Delito corre todos os riscos de um filme autoral e político. Lima Duarte constrói finalmente um personagem cinematográfico e Regina Dourado está deslumbrante, transbordando vida por todos os poros, e se entregando generosa e inteligentemente à personagem Tana, incluindo uma das cenas mais delicadas enfrentadas por uma atriz brasileiras”.

              No III Festival de Cinema de Natal recebeu 6 prêmios e uma menção honrosa: Melhor Filme (Miguel Freire), Melhor Diretor (Nuno César Abreu), Melhor Roteiro (Sérgio Vilella e Nuno César Abreu), Melhor Ator (Lima Duarte), Melhor Cenografia (Vânia Guiomar), Melhor Diretor (prêmio da crítica) e Menção Honrosa para atriz coadjuvante (Dedina Bernadelli). No VII Rio Cine Festival recebeu o Prêmio Panda. Foi também exibido no XXII Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, na XIII Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, nos Festivais de Havana – Cuba e Huelva na Espanha.

              Importante lembrar que a equipe técnica e artística do filme foi composta em grande parte por professores e estudantes do IACS/UFF. Com destaque para os professores: ator José Marinho, músico Mauro Duque Estrada e o fotógrafo Luiz Edmundo.